A tão esperada reforma tributária brasileira terá início em 2026, mas seus impactos já começam a ser sentidos nos bastidores das empresas. A proposta, que altera profundamente a forma de cobrança de impostos sobre o consumo, exige das organizações de todos os setores atenção redobrada e planejamento antecipado para se adaptarem ao novo modelo.
O texto da reforma prevê a unificação de cinco tributos, ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins em dois novos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal. O novo sistema, conhecido como IVA dual, estará totalmente regulamentado e em vigor a partir de 2033, após um período de transição de sete anos.
Apesar de o pagamento efetivo dos novos tributos começar apenas em 2026, empresas já precisarão emitir e receber notas fiscais adaptadas ao novo modelo. Essa exigência técnica representa um dos principais desafios do processo, segundo Izaias Miguel, co-CEO da V360, plataforma de automação de pagamentos a fornecedores.
“Os layouts dos documentos fiscais passarão por grandes mudanças, com a inclusão de cerca de 200 novos campos. Será necessário integrar esses dados com sistemas ERP como SAP, Oracle e TOTVS”, explica o especialista.
Caso as empresas não se adaptem, correm o risco de não conseguirem emitir ou receber notas fiscais, o que pode paralisar faturamentos e pagamentos, comprometendo toda a operação. “A adaptação envolverá múltiplas áreas, tecnologia, fiscal, contas a pagar — e exigirá planejamento para que, ao chegar janeiro de 2026, as operações funcionem com segurança e conformidade”, alerta Izaias.
Planejamento e tecnologia: pilares da transição
A V360 recomenda que as empresas iniciem o processo com a criação de comitês internos multidisciplinares que integrem áreas como tecnologia, faturamento, contas a pagar, fiscal e recursos humanos. Esses grupos devem acompanhar de perto o cronograma de atualizações dos fornecedores de sistemas de gestão, testar os novos layouts fiscais e preparar a infraestrutura necessária para que a engrenagem empresarial funcione de maneira sincronizada.
Gilberto Reis, COO da Runtalent, empresa de soluções digitais, reforça a importância do investimento em tecnologia da informação (TI) como estratégia essencial para navegar pelas exigências do novo cenário tributário.
“A busca por eficiência operacional se torna ainda mais estratégica. A terceirização de profissionais de TI pode ser uma alternativa para reduzir custos, impulsionar a inovação e aumentar a agilidade das empresas diante das mudanças”, pontua Reis.
Izaias Miguel enfatiza que o momento de agir é agora. “O prazo é curto e o impacto é grande. As empresas precisam agir com planejamento para evitar paralisias e prejuízos. O novo modelo fiscal vai exigir muito mais do que apenas mudar códigos, ele transforma processos inteiros”, conclui.
Foco no futuro
Com a reforma tributária batendo à porta, a preparação deixa de ser uma vantagem competitiva e passa a ser uma questão de sobrevivência para muitas empresas. Antecipar-se às mudanças, investir em tecnologia e capacitar equipes são passos fundamentais para enfrentar os desafios que virão com a nova era da tributação no Brasil.
Fonte: https://www.cn1.com.br/noticias/2/131576,empresas-devem-se-preparar-desde-ja-para-reforma-tributaria-que-entra-em-vigor-em-2026
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